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O ecoturismo é uma modalidade turística que promove o contato com a natureza e é considerado sustentável quando incorpora, entre outros componentes, a educação e visa a melhoria do ambiente natural no qual ocorre, assim como o desenvolvimento social e cultural das comunidades locais. Ao redor do mundo, o ecoturismo é uma importante ferramenta defendida e adotada para a conservação da natureza. 

As operações e atividades de ecoturismo colocam em foco a apreciação da biodiversidade e, além de seu potencial no lazer e entretenimento, ao promover a valorização e a presença da vida selvagem em seus habitats naturais, gera novas oportunidades de emprego que contribuem para aumentar a renda de diversas famílias e garantir o desenvolvimento socioeconômico.

O Brasil, país com a maior biodiversidade do mundo, já foi eleito como o melhor país do mundo para ecoturismo e mostra como essa modalidade pode ser uma grande aliada da conservação. Um exemplo disso acontece no Pantanal, bioma no qual o Onçafari – uma das ONGs idealizadoras do Projeto Sou Amigo da Fauna – realiza safáris com foco no avistamento de onça-pintada, espécie vulnerável à extinção no país. 

Após anos de monitoramento, treinamento especializado da equipe e habituação de onças-pintadas aos veículos de safári, hoje em dia é possível que turistas do mundo todo visitem o Pantanal para ter a chance de ver a “rainha das florestas” vivendo livremente. 

Os recursos dessa operação de ecoturismo contribuem para o desenvolvimento socioeconômico da região, a proteção do meio ambiente e a valorização da cultura pantaneira. E a onça-pintada, que ainda hoje é vítima de caça e do tráfico de animais silvestres, visada sobretudo para o tráfico de suas partes (pele, dentes, crânios, patas, garras e outros derivados), ao longo desses anos passou a ser mais valorizada viva: essa nova realidade, resultado de um ecoturismo responsável e bem-sucedido, contribui para a proteção de grandes áreas naturais – as casas desses grandes felinos –, fornece aos donos de fazendas da região uma nova fonte de renda com o ecoturismo e permite que as comunidades locais possam ter acesso a empregos mais diversificados e qualificados.

 

Ecoturismo responsável

É fundamental praticar o ecoturismo de maneira responsável, respeitando os limites ecológicos e culturais de cada região. O planejamento adequado, o envolvimento das comunidades locais e a adoção de práticas sustentáveis são necessárias para garantir que o turismo não cause danos aos ecossistemas que visa proteger.

Nesse sentido, um ecoturismo que respeita a vida selvagem é incompatível com empreendimentos que exploram animais, os retiram de seu habitat, alteram seus comportamentos naturais e/ou os mantêm em cativeiro para fins de entretenimento, como as experiências que possibilitam aos turistas uma interação direta com animais selvagens, tais como as atividades que oferecem toque e selfies com grandes felinos, primatas, golfinhos, entre outros.

Você, turista, também pode fazer parte da conservação! Não visite e não contribua com empreendimentos que promovem práticas invasivas à fauna. Muitas vezes, essas atividades podem parecer “inofensivas”, mas estão atreladas a uma cadeia de violações.

Nem sempre é fácil reconhecer o que é ecoturismo responsável!

Por isso, trouxemos algumas recomendações para turismo de observação responsável de primatas, elaboradas pelo Grupo Especialista em Primatas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Essas dicas podem ser um guia de como agir com outros grupos animais também:

• Leve um binóculo para observar os primatas e outros animais selvagens à distância.

• Evite visitar os primatas se você não se sentir bem ou apresentar qualquer sinal de doença, para reduzir o risco de transmissão.

• Grupos pequenos de turistas são muito melhores do que grupos maiores (evite grupos com mais de 15 pessoas).

• Certifique-se de que a agência de turismo apoie comunidades humanas locais, empregue funcionários locais e promova esforços de conservação.

• Não toque nos animais que encontrar ou nos seus arredores, para a segurança deles e a sua.

[Veja a lista completa]

 

Como o ecoturismo pode ajudar a combater o tráfico de animais silvestres?

 

Conscientização Ambiental: Em passeios e atividades de ecoturismo, a componente educacional é fundamental para passar adiante informações sobre os impactos negativos de se explorar e violar o bem-estar animal e sobre os inúmeros malefícios do tráfico de animais silvestres, como os riscos de contaminação por zoonoses, risco de introdução de espécies exóticas invasoras, a redução populacional e possível extinção das espécies traficadas, entre outros aspectos. Ao aumentar a conscientização sobre os danos para a biodiversidade, os turistas são informados e incentivados a não contribuir com essa prática criminosa.

Oportunidades e Renda Alternativa: O ecoturismo oferece oportunidades econômicas sustentáveis para as comunidades locais, que podem ser alternativas a atividades predatórias, como o tráfico de animais silvestres. Dessa forma, ao proporcionar empregos no turismo, as comunidades têm menos incentivo para se envolverem em práticas prejudiciais à vida selvagem.
Conservação das Espécies e seus Habitats: Muitos destinos de ecoturismo são localizados em áreas de grande biodiversidade que abrigam espécies ameaçadas, por exemplo os destinos no Pantanal onde há turismo de observação de onças-pintadas. Ao promover a conservação destes habitats, o ecoturismo pode contribuir para proteger os animais silvestres, estimulando a visita a esses locais onde os animais podem ser avistados em vida livre, ao invés de estimular a retirada desses animais da natureza.
Monitoramento: A atividade turística em áreas naturais pode ajudar na detecção e relato de atividades ilegais, como o tráfico de animais silvestres. Muitos operadores de turismo e organizações de conservação trabalham em colaboração com autoridades locais para monitorar e denunciar atividades suspeitas, contribuindo para esforços de aplicação da lei e para aumentar a “rede de proteção” da vida selvagem – proprietários, comunidade local, pesquisadores e os próprios turistas visitantes.


Seja um Amigo da Fauna

 

O tráfico de animais silvestres é a terceira maior atividade ilegal do mundo, atrás apenas do tráfico de drogas e de armas, e uma grande ameaça à nossa biodiversidade. Entre outros fatores, a principal demanda para esta prática cruel e ilegal é o desejo das pessoas de terem um animal silvestre em suas casas, como se fossem animais de companhia (pet), tal como cachorros e gatos.

Em resumo, o ecoturismo responsável não é apenas uma oportunidade de vivenciar a beleza natural do nosso planeta, mas também uma poderosa ferramenta para sua conservação, que pode desencorajar o tráfico de animais silvestres através da conscientização, geração de renda alternativa e monitoramento de atividades. 

Juntos, podemos promover e valorizar as experiências na natureza, conhecendo os animais e seus habitats, ao invés de contribuir com a retirada deles de suas verdadeiras casas.

Conheça o Projeto Sou Amigo da Fauna (@souamigodafauna) e junte-se às ONGs Onçafari, Ampara Silvestre, Instituto Libio e SOS Pantanal pela conservação da biodiversidade e combate ao tráfico de animais silvestres.