O tráfico de animais silvestres é uma das atividades ilícitas mais lucrativas e devastadoras da atualidade. No Brasil, país mais biodiverso do planeta, essa prática criminosa tem consequências catastróficas para a fauna e os ecossistemas. No entanto, apesar da gravidade do problema, o tema é negligenciado nos currículos escolares e dos cursos de ensino superior das áreas de meio ambiente.
O Impacto do Tráfico de Animais Silvestres
O tráfico de animais silvestres envolve a captura, transporte e venda de animais da fauna brasileira sem autorização legal. Esta prática não apenas contribui para o risco de extinção das espécies, mas também ameaça a saúde dos ecossistemas, favorecendo a perda de biodiversidade e extinções locais. Além disso, o tráfico de animais pode propagar doenças zoonóticas, colocando em risco a saúde humana e aumenta o risco de bioinvasão*, quando se trata de espécies exóticas.
* Você já ouviu falar do termo “bioinvasão”?
Bioinvasão, ou invasão biológica, refere-se ao processo pelo qual um ou mais organismos invadem e se estabelecem em ambientes onde anteriormente não havia registros dessa espécie.
O Brasil, com sua rica diversidade biológica, é um dos principais alvos dessa atividade criminosa. Animais como papagaios, araras, macacos, répteis e até mesmo insetos são capturados e vendidos tanto no mercado interno quanto no exterior. A cada ano, milhares de animais são retirados ilegalmente de seu habitat natural, muitas vezes sofrendo maus-tratos e morrendo durante o transporte.
A Falta de Conhecimento sobre o Tema
Uma das principais barreiras para combater o tráfico de animais silvestres é a falta de conhecimento e conscientização sobre o tema. Infelizmente, esse assunto ainda é pouco abordado nos currículos escolares e dos cursos de ensino superior relacionados ao meio ambiente, como biologia, ecologia e engenharia ambiental e nos cursos de medicina veterinária.
O gap do assunto nas escolas resulta na desvalorização da fauna livre e de suas funções ecológicas e noções de bem-estar, contribuindo com a alienação sobre os impactos do tráfico e formando possíveis compradores de animais silvestres, para serem criados como pets. Além disso, o tráfico e a normalidade de ter animais silvestres como animais de estimação permeiam no âmbito cultural. Essa mudança de percepção e transformação de costume pode ser promovida pela sensibilização dentro do ambiente escolar.
Já a ausência do tema no currículo superior cria um vácuo de conhecimento entre os futuros profissionais que estarão na linha de frente da conservação ambiental. Sem uma compreensão profunda sobre a magnitude e as implicações do tráfico de animais fica difícil para esses profissionais desenvolverem e implementarem estratégias eficazes de combate a essa prática ilegal.
Além disso, é importante lembrar que muitos estudantes das áreas ambientais são apaixonados por animais e pela natureza. No entanto, a falta de sensibilização e conhecimento sobre o impacto do comércio e do tráfico de animais silvestres os tornam inadvertidamente grandes compradores e até mesmo influenciadores, expondo a fauna silvestre como pet nas mídias sociais e em seus círculos de convivência. Sem o tema enraizado e transversal nos currículos, esses estudantes fomentam o tráfico, sem compreender plenamente as consequências de suas ações.
Portanto, é essencial que esses futuros profissionais sejam educados de maneira adequada para evitar que contribuam, mesmo que de forma não intencional, para a perpetuação dessa prática criminosa.
A Importância de Integrar o Tema nos Currículos
Integrar o tema do tráfico de animais silvestres nos currículos escolares e universitários é, portanto, fundamental para formar cidadãos conscientes e profissionais capacitados, mas principalmente, formar propagadores da valorização da fauna livre e em seu habitat natural. A educação é uma ferramenta poderosa na luta contra o tráfico de animais, pois promove o conhecimento e a sensibilização, não importa em que etapa da formação.
Nas escolas, discutir o tráfico de animais pode despertar nas crianças e adolescentes um senso de responsabilidade e respeito pela natureza. Atividades educativas, como palestras, documentários e projetos interativos, podem ajudar a formar uma geração mais engajada na proteção da biodiversidade.
No ensino superior, incluir conteúdos e atividades nas disciplinas sobre o tráfico de animais silvestres de forma transversal nos cursos de áreas relacionadas ao meio ambiente é crucial. Isso permitirá que os futuros profissionais compreendam a complexidade do problema, adquiram habilidades para enfrentá-lo, incentive pesquisas científicas e o desenvolvimento de novas tecnologias e métodos de monitoramento e combate ao tráfico e se tornem defensores da vida selvagem livre.
O tráfico de animais silvestres é uma ameaça real e urgente para a biodiversidade brasileira. A falta de educação sobre o tema nos currículos escolares e universitários dificulta a formação de uma sociedade consciente e preparada para enfrentar essa problemática. Integrar o tema nos currículos é necessário para proteger a nossa fauna e garantir a sustentabilidade dos nossos ecossistemas.
O Projeto Sou Amigo da Fauna oferece atividades escolares, palestras e cursos de capacitação também para universidades, promovendo o conhecimento sobre a importância da preservação da fauna silvestre, fornecendo ferramentas necessárias para que estudantes e profissionais possam atuar de maneira eficaz na luta contra o tráfico de animais e sensibilizando jovens e adultos. Entre em contato conosco através do e-mail contato@souamigodafauna.com.br , seja um Amigo da Fauna e vamos juntos pelo combate ao tráfico de animais!